quinta-feira, 8 de abril de 2021

A ORIGEM DO COMÉRCIO LIVREIRO

O comércio dos livros na Europa se estabeleceu no século XII em Bolonha e Paris. A sua origem se deve aos estudantes das leis e às universidades.  Antes dessa época não há referências a estabelecimentos especializados no comércio livreiro. Havia vendedores públicos, mas até o século seguinte não há, que se saiba, notícia alguma de livreiros.

Estes vendedores chamavam-se stationarii, nome derivado dos balcões em que faziam o seu negócio. Na baixa latinidade, statio significava geralmente loja. Nos antigos estatutos das universidades de Paris e Bolonha, há registros de comerciantes que vendiam livros por comissão e, às vezes, os distinguem dos librarii, palavra que significava a princípio só os copistas de livros. Mais tarde esse termo foi aplicado aos que negociavam com eles. Os stationarii vendiam o pergaminho e os outros materiais necessários para a escrita. Também exerciam as ocupações de encadernadores e iluminadores. Provavelmente distribuíam trabalho aos copistas, pois haviam pessoas nas universidades e nas grandes cidades especializadas em fazer cópias manuscritas de livros. Mesmo antes da invenção da imprensa, as obras de gramática, leis e teologia se multiplicavam para atender as necessidades das escolas.

Estas cópias, porém, tinham muitas incorreções e um alto custo, até a invenção da tipografia. O surgimento da imprensa acabou com esta ocupação liberal. Os copistas, é lógico, tentaram dificultar a disseminação da tipografia, mas todos os seus esforços foram em vão. Era impossível criar uma reação no público contrária a um invento incontestavelmente benéfico. Os copistas, habituados a lidar com livros, começaram então a aprender o ofício de impressores, trabalho que tinha grande analogia com aquele que estavam acostumados.

Os primeiros tipógrafos eram sempre livreiros e vendiam as próprias edições; as duas ocupações foram separadas somente no começo do século XVI.

Os riscos da venda naquela época, em que o saber estava bem longe de ser vulgar, combinados com o grande custo das obras (pela grande carestia do papel e dos outros materiais necessários para a impressão) tornavam complicado e dificílimo o comércio dos livros naquele tempo. 

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