sexta-feira, 9 de abril de 2021

Comunismo e Satanismo

É possível a associação entre ambos?  Diante de tal ideia, os marxistas 
reagem com indignação, pois — segundo eles — um pensador “materialista” jamais admitiria tal coisa. 

Texto de Bira Câmara


No entanto, os próprios escritos iniciais de Marx são a maior evidência de sua liga­ção com o satanismo. Não só ele, mas outros revolu­cio­nários co­mo Bakunin, Prou­dhon e, mais re­centemente, Saul Alinsky reverenciaram Lúcifer como o primeiro grande revolucionário. Será que apenas o usavam como uma metáfora, ou de fato o cultua­vam? É sintomático que os fundadores do movimento comunista, desde o início, alimentassem verdadeiro ódio pela religião e pelo próprio Deus. Não menos sintomático é o verdadeiro fervor religioso dos seguidores de Marx, e a fé ce­ga numa ideologia que se pretende redentora da humanidade.

Embora de descendência judaica, inicialmente Marx foi um cristão convicto, mas logo depois de concluir o curso colegial e antes de abraçar a causa socialista, tornou-se francamente antir­reli­gioso. Tinha ambições literárias e um de seus primeiros escritos, quando ainda tinha 18 anos, foi um poema onde manifestou o desejo de “vingar-se Daquele que reina lá em cima”, e um drama em que o personagem-título é adorador de Lúcifer, e se propõe a expulsar Deus do céu...

Richard Wurmbrand, no seu livro “Era Karl Marx um Satanista”, faz um levantamento de todos os indícios que apontam para esta possibilidade. E eles são abundantes tan­to na obra de Marx, quanto na sua biografia. Wurmbrand revela que para ele o socialismo era secundário, e o mais importante era destruir as religiões. 

É um mito que Marx tivesse o ideal de ajudar a humanidade, que a religião sendo o obstáculo para a realização desse propósito, forçou-o a tomar uma posição contra a religião. Pelo contrário, Marx odia­va todos os deuses e não suportava ouvir sobre Deus. O socia­lismo era apenas um chamariz pa­ra atrair o proletariado e os intelectuais para a realização de um “ideal satânico”.

Um de seus companheiros na Primeira Internacional, o anarquista russo Mikhail Bakunin, escreveu que o demônio foi o primeiro pensador livre e salvador do mundo; que o demônio libertou Adão e selou a sua face com o selo do humanismo tornando-o desobediente.

Bakunin não apenas glorificava Lúcifer, mas tinha um programa concreto de revolução — porém não do tipo capaz de libertar o pobre da opressão. Segundo suas palavras: “Nesta revolução, devemos despertar o demônio no povo a fim de estimular as suas paixões mais inferiores”.(1)

É importante observar o fato de que Marx e seus amigos, sendo contra Deus, não eram ateus como os marxistas modernos se denominam. Embora negassem Deus publicamente, odiavam Aque­le cuja existência nunca duvidaram!

Origem do Manifesto do Partido Comunista

A conexão entre os revolu­cionários franceses do século dezessete com o movimento comunista não pode ser negada pelos especialistas no assunto. Sabe-se também que a Maçonaria e a Ordem dos Illuminati trabalharam intensamente para derrubar todas as mo­narquias, sobretudo na França. Outros grupos como os rosa­cruzes e martinistas reivindicam parentesco com ambas. 

No século XIX, originário das células secretas de revolucionários franceses, uma dessas organizações ficou conhecida como a “Liga dos Justos”. Marx e Engels foram admitidos nos seus quadros e, mais tarde, escreveram para a Liga o Manifesto do Partido Comunista. Parte deste manifesto foi redigido por eles, mas “a maior parte refletia a ideologia da Liga e de outras sociedades secretas francesas que se opunham à França com ideias revolucioná­rias”. (2).  

Na verdade, o Manifesto do Partido Comunista estava já em circulação desde muitos anos, bem antes do nome de Karl Marx ser conhecido e desse texto tornar-se manual revolu­cionário. Segundo o pesquisador Gary Allen, tudo o que Marx realmente fez foi modernizar e codificar os projetos dos princípios revolucionários que tinham sido colocados por escrito 70 anos antes por Adam Wei­shaupt, o fundador dos Iluminados da Baviera.

Sobre o Manifesto, Albert Ri­vaud observou que este livro terrível é “o mais atroz já escrito, tal­vez, por um sofista, pois cada linha hipocritamente enchovalha tudo que os homens têm aspirado: família, país, religião, piedade, honra e lealdade. Em todas as análises de Marx, o espírito judaico de protesto contra o Messias e a Revolução está escondida sob o disfarce de uma fraseologia científica”.(3)

Esta promiscuidade entre o movimento revolucionário co­­munista e sociedades secretas ocul­tistas tem sido delibe­ra­da­mente desprezado pelos his­to­riadores, que em grande número são partidários do marxismo-leninismo ou socialistas.

Ocultismo e Comunismo

Será que foi por acaso que o movimento comunista tenha surgido paralelamente ao formidável desabrochar de movimentos eso­téricos e espiritualistas, durante a segunda metade do século XIX? Nesta mesma época, com a decadência do poder e da influência da Igreja Católica, surgiram o espiritismo e a teosofia e, na Europa, houve o ressurgimento da atividade rosacruciana sob a forma de várias sociedades secretas. Uma delas, a Sociedade Teosófica, teve como um de seus expoentes Annie Besant, que era amiga de Eleanor, uma das filhas de Marx, e antes de ingressar no movimento teo­só­­fico chegou a participar de reu­niões na casa dele, segundo nos conta Ed­mond Wilson em Esta­ção Finlândia.

Eleanor era a filha predileta de Marx, e casou-se com Edward Ave­ling, um amigo de Besant, que fazia preleções sobre assuntos como A perversidade de Deus... Em suas palestras, ele tentava provar que Deus é «um enco­rajador da poligamia e um insti­gador do roubo». Defendia o direito à blasfêmia. (4) 

Dos vários grupos ocultistas, originou-se (na França, principalmente) a Sinarquia moderna cujo grande teórico foi Saint-Yves d’Al­vey­dre (1842-1909). Amigo de Sta­nislas de Guaita e de Papus, Saint-Yves propunha uma nova forma de organização social com a “mar­ca, o plano, os projetos de ins­ti­tui­ções dos antigos rosa­cru­zes do século XVII, dos quais um dos prin­­cipais mentores foi Co­me­nius, que a UNESCO considera hoje em dia como seu men­tor”. (5) Este sistema filosófico-político, denominado sinar­quia, tinha o objetivo de instaurar uma socieda­de perfeita go­vernada por sá­bios (como a República de Platão).

Em suma, este sistema de governo ficaria nas mãos de uma aris­tocracia econômica dotada de ideias altruístas e humanitárias, com capacidade de transformar a sociedade na direção de um modelo mais justo. Depois de morto, as suas ideias seduziram muita gente.

Saint Yves influiu decisivamente na obra de John Ruskin, o último dos socialistas utópicos. Rus­kin misturava ideais humanitá­rios, princípios estéticos e con­tactos com a aristocracia econômica inglesa. 

Professor em Oxford, Ruskin formou um círculo de poder com seus mais notórios ex-alunos: Henry Bor­chenoug, lorde de sua Majestade, Philip Lyttleton, Ministro de Colô­nias, Alfred Milner, maçom e Vigilante da Grande Loja Unida da Inglaterra, homem de confiança de Cecil Rho­des.

Este grupo altamente influente criou a Socie­dade Fabiana em 1883, uma ligação entre o socialismo utópico de Ruskin e o socialismo trabalhista britânico, precursor das atuais sociais democra­cias euro­peias. As ideias fabia­nas coincidem com quase todas as de Saint Yves; mas os fa­bianos ingleses foram mais adiante, definindo estraté­gias e táticas. Fundaram também a Escola de Economia de Londres, onde formaram as elites financeiras que implemen­taram o capitalismo liberal ocidental nos últimos cem anos, começando com os Roths­childs, os Rocke­­fel­lers, e depois por muitos políticos europeus.

A ideia sinár­quica levou Cecil Rhodes a criar uma so­cie­dade secreta para trabalhar pe­lo governo mundial, a Round Table, que pariu o CFR... Rhodes foi aluno e depois seguidor fanático das ideias do economista Sydney Webb, um dos fundadores da Sociedade Fabiana.

Também a criação da Comissão Trilateral em princípios dos anos 70, inspirou-se nas ideias de Saint-Yves, através de Ruskin e da Sociedade Fabiana. Esta entidade — conti­nuan­do com o velho projeto sinárquico — agrupou pes­soas do mundo da alta finança, da política e da cultura, sobre um progra­ma supostamente humanista, em defesa da qualidade de vida e do desenvolvimento sustentável. Assim, pode-se considerar a Comissão Trilateral e suas cor­reias de transmissão como herdeiras do projeto sinárquico. (6)

Portanto, não foi por acaso que Comenius foi adotado como men­tor da UNESCO, um dos braços dos atuais senhores do mundo.

Não podemos deixar de assinalar que o sistema sinárquico também foi as­similado, depois da segunda guer­ra, por integralistas no Brasil, grupos de extrema-direita e socie­dades secretas diversas.

Comunismo versus religião

Toda essa digressão sobre a pro­miscuidade entre ocultismo e comunismo poderia ser estendida também ao nazismo, esta bem mais no­tó­­ria­. Mas este é um outro assunto. 

Pode parecer paradoxal que os movimentos revolucionários de esquerda na sua origem tivessem, de alguma maneira, ligação com ideias ocultistas, esotéricas ou até mesmo satânicas. Todo intelectual ou militante marxista sorri com desdém a essa insinuação. E explicam que o ódio de Marx contra a religião é porque ela era um obstáculo para a mudança revolucionária; ao manter as massas satisfeitas e conformadas com a ideia de algo me­lhor no outro mundo, elas não desejarão mudar nada neste. Por isso Marx a chamou de “ópio do povo”. Assim, os socialistas modernos se empenharam em subs­tituir a reli­gião pelo coletivismo, pelo conceito de que “os indivíduos não são nada comparados com a socie­­dade vista em seu longo prazo, e que somente servindo à socie­dade é que nos tornamos co­nec­tados com a eternidade”. (7)

Um dos propósitos da Nova Or­dem Mundial deve ser, de acordo com seu mais fervoroso adepto, o socialista fabiano H. G. Wells, criar uma nova religião. Nela, Deus deve ser destronado para dar lugar a este conceito coleti­vista. Em vez de sonharmos com um mundo melhor no além, sonharemos com o mundo perfeito aqui na Terra. Isso não é, de forma mais polida, enxotar Deus do céu para nos sentarmos em Seu trono, como o desejava Marx? 

O livro Era Marx um satanista? é recomendável não só aos crentes de todas as denominações religiosas —  mesmo daquelas que não acre­ditam na existência do Demônio —, quanto pelos ateus e materia­listas. O que vale é a intenção, pois, afinal de contas, uma ideologia inti­manente ligada ao sata­nismo (que não pretende outra coisa senão levar a humanidade ao abismo), obvia­­mente não pode ser considerada boa coisa. Não foi por acaso que todas as vezes que foi colocada em prática, além do fracasso, deixou um saldo de de milhões de mortos e, mesmo assim, ainda continua a seduzir corações e mentes em todo o mundo. Pode haver algo mais satânico?

Notas:

(1). Richard Wurmbrand, Era Karl Marx um Satanista?, pág. 34

(2). Leon de Poncins, As forças ocultas no mundo moderno, pág. 87

(3). Citado por Poncins na obra men­cio­nada acima, pág. 32

(4). A Vida de Eleanor Marx, Chushichi Tsuzuki, citado por Wurmbrand

(5). Leon de Poncins, obr. citada, pág. 92

(6). Ernesto Milá, La sinarquía: la cons­piración del dinero, la política y la cultura

(7). Edward Griffin, O Futuro está chamando, pág. 40


Algumas frases extraídas das primeiras obras de Marx:

«Uso palavras todas misturadas em uma confusão demoníaca. Assim, qualquer um pode pensar exatamente o que bem quiser.»

Sobre Hegel, um poema

«Eu quero me vingar d’Aquele que reina lá em cima.»

 Oulanem, drama

«Então eu perdi o céu, sei disso muito bem. Minha alma, outrora fiel a Deus, está destinada ao inferno.»

A Virgem Pálida, poema


Era Karl Marx um satanista?

Richard Wurmbrand

Brichura, formato 13,5 X 20,5 cm, 113 páginas, Editora Lux, 2013. O livro revela aspectos sombrios da personalidade de Marx.

PEDIDOS: jornalivros@gmail.com



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